A adoção de ferramentas mobile cria novas oportunidades de aumento de eficiência no setor
O crescimento do uso de smartphones pelos consumidores em todo o mundo, a ponto do celular se tornar a “primeira tela” para boa parte do público, abriu inúmeras possibilidades para a publicidade e para estratégias de vendas baseadas no mobile. Seu uso como ferramenta de vendas é, porém, apenas parte da história. E nem é a mais relevante.
Estudos realizados pela Forrester Research indicam que apenas 25% dos 132 milhões de americanos que utilizam a internet via celular já fizeram alguma compra por meio do aparelho.
Segundo a Internet Retailer, as vendas mobile representam cerca de 30% do volume gerado pelo e-commerce nos Estados Unidos, ou cerca de 3% das vendas totais do varejo do país. Embora US$ 104,05 bilhões sejam um número significativo, são apenas uma gota d´água em um varejo de mais de US$ 3,4 trilhões ao ano.
O potencial da mobilidade no varejo está em dois grandes vetores. O primeiro deles é sua presença como parte do processo de compra dos consumidores.
Segundo a National Retail Federation, mais de 50% das compras realizadas pelos clientes passam, em algum momento, por alguma interação realizada via celular (normalmente para consulta de preços ou características dos produtos).
O chamado omnichannel, ou a integração do mundo online com o offline, é uma tendência irreversível, ainda que desafie os atuais processos de gestão do varejo (como lidar com os custos da logística reversa ou das compras não retiradas pelos clientes no click & collect?) e tenha de se provar economicamente (um estudo da JDA mostra que apenas 16% dos varejistas americanos têm lucro com iniciativas omnichannel).
É no segundo vetor da mobilidade no varejo que estão as maiores oportunidades de aumento de eficiência e geração de resultados.
Soluções móveis tornam os processos de negócios mais simples e ágeis, criando novas possibilidades para que os varejistas gerenciem suas lojas e para que as informações fluam com mais velocidade, reduzindo o tempo de tomada de decisão e diminuindo custos operacionais.
Processos de gestão que se aproveitem da mobilidade podem ser adotados em praticamente todas as áreas da retaguarda do varejo. Na logística, por exemplo, passa a ser possível identificar em tempo real, com base no GPS dos celulares dos colaboradores, onde está cada caminhão, e reportar imediatamente qualquer problema.
O roteamento das cargas e o aproveitamento de espaço nos caminhões também ganham com a adoção de dispositivos móveis.
Os resultados das ações comerciais podem ser transmitidos para as equipes de loja imediatamente, permitindo “tomar o pulso” da operação do varejo a todo instante e, principalmente, dando aos gestores a possibilidade de interferir na operação enquanto há tempo de corrigir a rota e reverter resultados.
Na área de vendas, a mobilidade traz aumento de eficiência e redução dos custos fixos. A legislação da NFC-e, que recentemente entrou em vigor, abre a possibilidade de uso de qualquer tipo de impressora não-fiscal para imprimir o cupom de vendas ou mesmo o envio via e-mail, permitindo que os vendedores fechem a compra a partir de tablets e eliminem a passagem dos clientes pelo caixa (sempre o processo menos agradável de qualquer transação).
Com isso, cada vendedor pode percorrer a loja com o cliente e o lojista não precisa imobilizar capital (literalmente) com a compra de terminais PDV que ficarão ociosos durante boa parte do dia.
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