Este artigo foi originalmente publicado no blog da Mobilit e reproduzido aqui com permissão. Acesse o conteúdo original aqui.
A tendência BYOD (bring-your-own-device) foi idealizada supostamente para aumentar a produtividade e economizar dinheiro para as empresas. Mas de acordo com pesquisas, não é bem isso o que anda acontecendo...
Nos últimos anos, BYOD teoricamente tem sido uma política crescente nas empresas, de tal forma que até poderíamos pensar que um dia seria obrigatório para o funcionário usar seu smartphone ou tablet no trabalho.
Mas será que a teoria traduz a realidade? Bem, não exatamente.
Uma pesquisa com 400 empresas revelou o status do BYOD: 39% a 51% não estão praticando BYOD.
Apesar da popularidade, muitas empresas estão optando por controlar a distribuição e uso dos dispositivos móveis, e o frenesi em torno do BYOD na prática não é assim tão grande.
Por que uma tendência tão moderna, que se ajusta perfeitamente ao moderno estilo de vida atual, aonde trabalho e lazer se misturam, e aonde as pessoas são conectadas 24h por dia, não tem a adesão que deveria?
Uma das razões para começarmos a pensar são os problemas enfrentados pelas empresas pioneiras que testaram BYOD, e que de certa forma causaram uma “má impressão” no mercado.
Eis alguns dos problemas relatados:
- BYOD deveria gerar uma enorme economia pelo fato de não onerar as empresas na aquisição de dispositivos, e foi o que de fato aconteceu, algumas empresas chegaram a economizar milhões. Mas acontece que BYOD revelou muitas despesas disfarçadas, como gastos de controle com softwares MDM, mau uso em ligações pessoais com contas altíssimas, despesas com jogos ou compra de aplicativos, etc. Tudo isso gerou uma receita maior do que o esperado, e seria mais barato se os dispositivos fossem da empresa. A economia prometida tornou-se incerta em muitos casos.
- BYOD supostamente deveria tornar a equipe mais satisfeita. Trabalhar com dois telefones era incômodo, e agora tudo poderia ser feito mais agilmente em um só aparelho. Os índices de satisfação cresciam anualmente. Até as questões legais surgirem. Na tentativa de resguardar os dados, as empresas criaram políticas severas que permitiam o acesso irrestrito aos dados, aplicação de multas por violação das cláusulas e dando o direito de monitoramento, captura e retenção dos dispositivos quando fosse necessário. O respeito à privacidade ficou seriamente comprometido, e muitos funcionários ficaram receosos ao participar do programa que ironicamente deveria servir para tornar tudo mais simples.
- BYOD deveria aumentar a produtividade. Ter um telefone em todos os momentos, incluindo finais de semana, feriados e férias significa que o funcionário pode trabalhar mais, certo? Acontece que nunca houve uma maneira de mensurar essa medida. Enquanto aplicativos podem tornar o trabalho mais produtivo, o fato de estar conectado em tempo integral não surtiu tanto efeito, segundo as pesquisas.
- BYOD seria mais fácil de ser gerenciado pelo TI. Mas as questões de segurança lançaram grandes desafios. O risco de extravio de dados e infecções tem assombrado os gerentes de TI. Uma pesquisa com 500 funcionários de médias e grandes empresas constatou que quase a metade dos aparelhos está infectada com algum tipo de malware, e 15% estão com a segurança de suas contas comprometidas.
Com tantas complicações, complexidades, custos embutidos e riscos à segurança, é mais do que óbvio que as empresas estão com o pé atrás.
PODEMOS DIZER QUE BYOD ESTÁ CHEGANDO AO FIM? EXISTE UM OUTRO CAMINHO À SEGUIR? COMO SEMPRE, AS CRISES NOS TRAZEM CRIATIVIDADE PARA SOLUCIONAR PROBLEMAS E A QUESTÃO DO BYOD DEVE SER REPENSADA PARA QUE SE TORNE VIÁVEL E CUMPRA O SEU PROPÓSITO INICIAL DE TORNAR A VIDA DE EMPREGADOR E EMPREGADO MAIS FÁCIL.
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