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A identificação automática de itens revolucionou a logística e o varejo desde a popularização do código de barras. Essa tecnologia, criada nos anos 1970, tornou-se sinônimo de controle de estoque e check-out rápido. Hoje, porém, empresas enfrentam um dilema estratégico: vale a pena trocar o tradicional código de barras pelo moderno coletor RFID?

Melhorar a eficiência operacional e a visibilidade da cadeia de suprimentos é essencial no atual mundo dos negócios. E é exatamente aí que o coletor RFID (equipamento capaz de ler etiquetas por radiofrequência) desponta como potencial substituto ou complemento ao código de barras. Neste post, vamos explorar em profundidade as diferenças entre essas tecnologias, seus prós e contras, aplicações em diversos setores e, principalmente, em quais cenários faz sentido migrar para o RFID. Confira.

RFID x Código de Barras: contexto atual

A busca por maior produtividade e precisão no controle de mercadorias tem acelerado a adoção do RFID no mundo todo. O mercado global de RFID foi avaliado em US$ 15,5 bilhões em 2024 e a projeção é mais que dobrar esse valor até 2032. Para se ter ideia do ritmo de crescimento, somente em 2024 foram vendidos 52,8 bilhões de chips RFID no planeta, um aumento de 17% em relação a 2023.

No Brasil, a tecnologia também ganha espaço rapidamente: uma pesquisa de 2024 mostrou que 57% das empresas brasileiras de supply chain já utilizam RFID em suas operações, e 90% planejam expandir esse uso nos próximos anos. Essas empresas apontam como principais aplicações o rastreamento de itens na cadeia de abastecimento (47% dos casos) e a gestão de ativos (32%), além do controle de embalagens retornáveis (RTI) e acesso físico.

São números que refletem um movimento de modernização impulsionado pelas vantagens operacionais que o RFID oferece em comparação ao código de barras tradicional, desde mais agilidade nos inventários até maior precisão de dados e redução de perdas.

Como funcionam o código de barras e o RFID?

Antes de comparar as duas tecnologias, é importante entender seus funcionamentos básicos. O código de barras é uma representação gráfica (normalmente um padrão de linhas e espaços) de uma numeração que identifica produtos, caixas logísticas, ativos, entre outros. Cada item de um mesmo lote ou modelo recebe o mesmo código. A leitura é feita por um scanner óptico que decodifica a numeração e permite ao sistema buscar as informações daquele produto em um banco de dados.

Trata-se de um método simples, padronizado e consolidado mundialmente. Contudo, a leitura do código de barras requer linha de visada direta. Ou seja, o leitor precisa “enxergar” o código e geralmente um item por vez.

Já o RFID (Radio-Frequency Identification) utiliza ondas de rádio para identificar e rastrear objetos a distância, por meio de etiquetas eletrônicas (tags) equipadas com um microchip e antena. Um leitor/antena RFID emite sinais de rádio que “ativam” as tags próximas, fazendo com que elas retornem seu identificador único (chamado de EPC – Electronic Product Code).

Em resumo, funciona de forma similar ao código de barras, mas sem necessidade de contato visual direto com a etiqueta e permitindo ler múltiplos itens simultaneamente. Existem tags passivas (sem bateria, alimentadas pela energia da própria rádiofrequência do leitor) e ativas (com bateria e longo alcance), mas em logística e varejo predominam as passivas UHF, com alcance de vários metros.

Cada tag RFID carrega um código único e pode armazenar outros dados na memória, sendo até regravável, algo impossível com códigos de barras impressos. Essa diferença abre caminho para novas aplicações e muito mais controle sobre cada item individualmente.

Vantagens e desvantagens: código de barras vs. coletor RFID

Na comparação direta, o código de barras se destaca pela simplicidade e baixo custo, por outro lado, a tecnologia RFID oferece velocidade e inteligência superiores. Confira os principais diferenciais.

Velocidade de leitura e produtividade

Um colaborador com leitor manual de código de barras consegue escanear cerca de 300 itens por hora, pois precisa apontar o scanner para cada etiqueta individualmente. Já um coletor RFID pode ler até 10 mil itens por hora, capturando vários tags de uma vez.

Com essa diferença gigantesca, processos de inventário que tomavam dias podem ser realizados em horas com RFID. Por exemplo, há casos de leitura de um pallet inteiro em 6 segundos via RFID, algo que demoraria 8 minutos pelo método tradicional. Ou seja, a tecnologia de radiofrequência multiplica a velocidade de contagem e reduz drasticamente a necessidade de mão de obra em conferências.

Frequência e facilidade de inventário

Devido à velocidade e automação maiores, empresas com RFID conseguem fazer inventários muito mais frequentes. Enquanto usando códigos de barras muitas organizações fazem contagem geral de estoque apenas 1 a 4 vezes por ano (dado o tempo e custo envolvidos), com RFID é viável contar tudo semanalmente ou mesmo diariamente se necessário.

A leitura pode ser feita com o operador em movimento ou até por antenas fixas no armazém, sem precisar manusear item por item. Isso resulta em atualizações constantes do estoque e visibilidade quase em tempo real, algo impraticável via método manual.

Precisão e confiabilidade dos dados

Erros humanos na conferência de produtos impactam a acurácia do estoque quando se usa só códigos de barras. Por limitações operacionais, a precisão típica dos estoques gerenciados com código de barras fica em torno de 80%. Já sistemas com RFID alcançam de 95% a 99% de acurácia na contagem dos itens.

Essa melhora substancial implica menos discrepâncias entre o estoque físico e o registrado, o que se traduz em menos rupturas (falta de produto) e menos surpresas desagradáveis de inventário.

Linha de visada e alcance de leitura

Aqui está uma das grandes vantagens do RFID: a leitura não exige que a etiqueta esteja visível ou exposta. Códigos de barras precisam estar desobstruídos, limpos e virados para o leitor, caso contrário não são lidos. No RFID, a antena pode captar tags dentro de uma caixa fechada, no alto de uma prateleira ou mesmo atrás de objetos, desde que estejam dentro do raio de alcance do sinal. Isso torna viável automatizar portais de leitura (por exemplo, na saída de um depósito) ou equipar empilhadeiras com leitores, capturando dezenas de caixas de uma só vez ao passar próximas a elas.

Além disso, condições de iluminação ou sujidade não atrapalham a radiofrequência. Etiquetas RFID podem ser lidas mesmo cobertas de poeira, barro ou umidade, ao contrário do código de barras impresso que perde a leitura se estiver rasurado ou sujo.

Identificação única de cada item

O código de barras convencional identifica o tipo de produto, não o item individual, já que todos os produtos idênticos compartilham o mesmo código. O RFID, por outro lado, foi concebido para dar um identificador único a cada unidade. Dois produtos iguais terão tags com códigos distintos. Isso viabiliza uma rastreabilidade item-a-item ao longo da cadeia. Assim, é possível saber exatamente qual unidade foi vendida, enviada ou devolvida.

Esse nível de granularidade permite controle de lote, data de fabricação, histórico de movimentações e outras informações por item, algo impossível via código de barras puro. Em setores que requerem serialização, o RFID entrega enorme valor nesse rastreio individualizado.

Capacidade de dados e reprogramação

Códigos de barras carregam uma quantidade limitada de dígitos e não podem ser alterados depois de impressos. As etiquetas RFID, por sua vez, possuem memória eletrônica onde podem ser gravadas informações adicionais além do ID do item, e essa memória pode ser atualizada conforme o item avança no processo.

Por exemplo, em uma linha de produção é possível gravar na tag os timestamps de início e fim de cada etapa produtiva, e depois ler esses dados para identificar gargalos. Em logística, pode-se anexar informações sobre condições de transporte ou histórico de manutenção de um ativo. Isso torna o RFID extremamente versátil, funcionando não apenas como um “código” de identificação, mas também como um suporte de dados portátil ao longo do ciclo de vida do produto.

Custos das etiquetas e equipamentos

O custo unitário de uma etiqueta de código de barras impressa em papel é ínfimo, frequentemente cerca de R$ 0,02. Já uma etiqueta RFID UHF comum (passiva) custa tipicamente entre R$ 0,30 e R$ 0,50 a unidade. Além disso, leitores RFID e infraestruturas (antenas, softwares) custam substancialmente mais que leitores de código de barras básicos.

Portanto, há um investimento inicial maior na implantação de RFID. Esse fator é frequentemente citado como a principal barreira para adoção em pequena escala. No entanto, deve-se considerar o custo-benefício: uma única leitura RFID pode substituir dezenas de leituras manuais, reduzindo horas de trabalho. Grandes redes varejistas relatam ROI positivo em projetos de RFID, justamente pelos ganhos operacionais obtidos. O ponto-chave é analisar o retorno financeiro caso a caso.

Padronização e integração

O código de barras ganhou adoção universal graças à padronização sólida. No RFID, apesar de existirem padrões amplamente utilizados, ainda há desafios de interoperabilidade entre alguns sistemas, diferentes frequências conforme a região do mundo e falta de uma obrigação global de uso.

Isso significa que, para vender um produto no varejo tradicional, o código de barras ainda é exigido por muitos parceiros comerciais. No momento, uma empresa dificilmente elimina totalmente os códigos de barras e, em geral, ela adiciona o RFID mantendo o código impresso na embalagem para compatibilidade com toda a cadeia.

Iniciativas para padronizar globalmente o RFID estão em curso, mas não atingiram a onipresença do velho código impresso. Portanto, do ponto de vista de comércio externo e conformidade, o código de barras continua sendo necessário em muitos casos, e o RFID surge mais como um complemento que traz eficiência interna e diferencial competitivo.

Como visto, o RFID supera o código de barras em quase todos os quesitos de desempenho. Isso não significa que o código de barras esteja obsoleto, pois ainda cumpre muito bem seu papel em operações de menor escala ou com necessidade de padronização básica. No fim, a escolha depende do equilíbrio entre investimento e benefícios obtidos.

Cenário brasileiro e perspectivas

No Brasil, a adoção de RFID vem crescendo ano a ano, impulsionada por casos de sucesso e pela necessidade de modernização para competir globalmente. Ainda que algumas empresas enxerguem o RFID como “tecnologia do futuro”, a verdade é que ele já é realidade em muitos setores no presente. Grandes varejistas nacionais estão entre os pioneiros, seguidos de operadores logísticos e indústrias em projetos focados em eficiência.

Iniciativas locais como a ABRFID (Associação Brasileira da Indústria de Identificação por RF) também ajudam a difundir conhecimento e até a aproximar fornecedores, integradores e usuários, construindo um ecossistema mais maduro. Outro fator que pode acelerar a disseminação é a queda de custos dos tags graças ao aumento de volume global e produção local. Se em 2012 um chip RFID custava cerca de R$0,60, hoje já se encontra por menos da metade desse valor, e novas tecnologias prometem reduzir ainda mais.

Entretanto, é fato que muitas empresas brasileiras de menor porte ainda não migraram por completo do papel ou do código de barras para sistemas automáticos. Para esses players, o código de barras pode ser a etapa inicial de digitalização. Em contrapartida, conforme o negócio escala e busca produtividade, o RFID torna-se mais atraente.

O cenário brasileiro, portanto, deve seguir um modelo híbrido e evolutivo: empresas adotando RFID onde faz sentido econômico, mantendo códigos de barras para o básico e convivendo com as duas tecnologias por um bom tempo. À medida que casos de sucesso locais se acumulam e que os grandes players impõem padrões, a expectativa é que o RFID deixe de ser exceção para se tornar parte integrante da cadeia de suprimentos nacional.

Em paralelo, soluções complementares – por exemplo, sensores de IoT e analytics – ampliam ainda mais o valor de capturar dados via RFID, gerando insights para redução de custos e melhoria de serviço. O Brasil está alinhado à tendência global: a identificação por radiofrequência ganha terreno, trazendo a logística e a indústria brasileiras para a era da inteligência em tempo real.

Quando vale migrar do código de barras para coletor RFID?

Diante de tantas informações, chegamos à pergunta central: afinal, quando faz sentido migrar de vez (ou em parte) para o RFID? A resposta não é absoluta, pois depende do contexto de cada empresa. No entanto, alguns indicadores claros podem sinalizar a hora certa de investir em coletores RFID e tags inteligentes.

Volumes altos e processos lentos

Se sua operação lida com um grande volume de itens e os processos de conferência ou inventário são muito demorados com código de barras, exigindo horas extras frequentes ou paradas longas, é um forte indício de que o RFID trará retorno. Por exemplo, depósitos que gastam dias para contar estoque e ainda assim ficam com discrepâncias podem se beneficiar enormemente da velocidade do RFID. Empresas de e-commerce, distribuição e varejo com milhares de SKUs e alta rotatividade de produtos estão neste grupo, onde ler múltiplos itens simultaneamente e agilizar recebimento/expedição gera vantagem competitiva.

Problemas de acurácia e perdas

Quando a empresa sofre com inventário impreciso, resultando em falta de produtos à venda ou excedentes parados sem necessidade, é hora de avaliar o RFID. Como vimos, elevar a precisão de 80% para 99% não só evita vendas perdidas por falta como reduz perdas por vencimento ou obsolescência de itens não contados corretamente. Se o seu negócio já utiliza códigos de barra mas ainda encontra muitos erros de contagem, o RFID pode ser a solução para fechar essa lacuna de controle.

Necessidade de rastreabilidade fina ou automação

Alguns setores ou clientes exigem rastreabilidade detalhada, até o nível unitário ou de lote, com registros de cada etapa. Nesses casos, o RFID muitas vezes é a única forma viável de automatizar a coleta de tantos dados sem sobrecarregar a equipe. Se sua empresa precisa de tracking completo, migrar para RFID costuma ser justificável. Da mesma forma, se há intenção de implementar automação industrial ou logística, o RFID se integra muito melhor a esses sistemas do que códigos de barras, que dependem de câmeras ou scanners precisos alinhados.

Ambientes hostis ou operações 24/7

Em ambientes onde o código de barras falha com frequência ou onde a interrupção para leitura manual é indesejável, o RFID mostra seu valor. Tags robustas que suportam condições severas podem ser lidas sem contato, mantendo a operação fluindo. Empresas que operam 24 horas e não podem se dar ao luxo de paradas longas para inventário anual, por exemplo, ganham muito em fazer contagens cíclicas rápidas via RFID durante janelas curtas, sem afetar a produção.

Em resumo, vale migrar para o RFID quando ele se alinha à estratégia de ganho de eficiência e controle da sua organização. Atualmente, empresas intensivas em logística, varejistas com omnichannel e indústrias focadas em qualidade têm se beneficiado amplamente. Já outras, em estágio inicial de automação, podem extrair muito valor do código de barras antes de dar o próximo passo.

O importante é ficar atento às evoluções: a tecnologia RFID está se tornando mais acessível e padronizada ano a ano, e a competitividade de mercado acabará pressionando pela adoção em diversas cadeias. Estar preparado para essa transição pode definir quem lidera e quem fica para trás em termos de produtividade.

MGITECH: apoio especializado na transição para RFID e mobilidade

Migrar de código de barras para RFID envolve diversos desafios técnicos e operacionais. É um projeto que exige planejamento e know-how. É nesse ponto que a MGITECH pode fazer a diferença.

Com ampla experiência em soluções de mobilidade, identificação automática e coleta de dados, a MGITECH tem apoiado empresas de todos os portes na modernização de seus processos. Nosso time de especialistas ajuda a avaliar a viabilidade técnica e econômica do RFID para o seu caso específico, desenvolvendo um plano sob medida para implementar a tecnologia de forma segura e eficiente.

Se sua empresa deseja dar o próximo passo rumo à automação inteligente com coletores RFID, nós estamos prontos para ser seu parceiro nessa jornada. Entre em contato com a MGITECH e descubra como podemos ajudar a transformar a sua operação, elevando-a a um novo patamar de eficiência, controle e inovação.

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